OS
PARANORMAIS: CAIO CONTRA ARCÂNIO
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Bruno
Pinheiro de Lacerda
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(...) A prolixidade, a hipocrisia, o cinismo, a falsidade e a agressividade são só outras maneiras de se esconder o medo. O medo é a energia desconhecida e/ou não-controlável. O controle do medo é uma qualidade essencial e inatingível, principalmente para aqueles denominados: OS PARANORMAIS! Graças à conversa que Caio teve com Clara (embora Daniela já tivesse falado as mesmas coisas antes), Caio finalmente entendeu que seria importante participar do torneio, até mesmo para realizar seu sonho. Caio decidiu participar do torneio e ficou hospedado na casa de Clara _ um verdadeiro hotel, onde estavam hospedados todos os dezesseis participantes do torneio. Tudo estava excelente! A família de Clara (ela e os pais) era bem receptiva. Caio ficou hospedado lá e adorou! A casa era enorme, tinha uns vinte e cinco quartos de visita, umas dez salas mais ou menos... Enfim, era um verdadeiro castelo. Os pais de Clara gostavam, talvez por causa do tamanho da casa, de receber visitas e gostaram, especialmente, de receber Caio. Caio ficou lá e depois soube que ele abriria o torneio. Seria ele contra um outro lutador, chamado Arcânio. No dia anterior ao da luta, de tardinha, alguém se aproximou de Caio. Certamente era um paranormal também. Seria Arcânio? Não, não parecia. O paranormal disse a Caio e um diálogo se estabeleceu: _ Oi. Você, por acaso é Caio? _ Sim, sou eu mesmo. E você? Quem é? _ Sou Leandro! Não se lembra de mim? _ Leandro... Leandro... Ah... Será que... Ah, não pode ser! Não... Não... Será que... Leandro? Você é aquele Leandro... Aquele que eu conheci antes de ir para o treinamento? _ Exatamente: sou eu! E aí, cara, beleza? _ Leandro!!! Beleza, e você? _ Melhor agora! E aí? Vai participar do torneio? _ Sim. Eu não ia, mas decidi participar. E você? Vai participar? Qual cristal é o seu? _ Você não se lembra qual cristal eu fui buscar? _ Não... _ Ora, meu amigo! Sou o Paranormal do Cristal de Oxigênio! E você... Certamente é... O Paranormal do Cristal de Hidrogênio! Acertei? _ Sim. _ Eu também vou participar do torneio. Mas a minha luta não é amanhã, é bem depois; acho que sou o último a lutar! Mas a sua luta é amanhã, não é? _ Sim, sou o primeiro a batalhar. _ É... Legal... _ Ei, você conhece uma tal de Daniela? Ela é a Paranormal do cristal de Flúor... _ Já ouvi falar, mas, não... Não conheço. Por quê? _ Tenho contas a acertar com ela. _ Mas já? Mal chegou e já tem inimigos? _ Tenho inimigos desde que fui mandado a força para o treinamento. _ Sim... Entendo. _ Bem, amigo, eu queria continuar conversando com você, porém, preciso treinar para a luta de amanhã. _ Ei, você não treinou até quase morrer pra conseguir esse cristal? _ Sim, mas... E daí? _ Então... Vai treinar mais pra quê? _ Ah, amigo Leandro, quero muito ganhar esse torneio! E tem mais: minha mestra sempre dizia que não custa nada treinar mais um pouco, porque o treinamento dói, mas aperfeiçoa. _ Pode ser. Mas eu não gosto de treinar tanto. Bem, foi bom te ver! _ Igualmente! Os dois riram, porque ambos não enxergavam. Caio foi para um canto meditar. Ele pensava: _Será que vou encontrá-la? Ah, Deus, ajude-me! Quero muito encontrá-la, eu preciso! Não posso perder esse torneio, não posso! Preciso de publicidade, muita, para que eu a encontre mais fácil! Preciso encontrá-la! Depois, Caio foi para a Sala de Treinamentos que tinha naquele castelo. Ele treinou muito, exaustivamente. Em seguida, com a chegada da noite, Caio jantou, conversou um pouco com os pais de Clara e com ela e foi dormir. Ele precisava dormir bem, mesmo que aquilo fosse impossível, devido à ansiedade da véspera da estréia. No outro dia, Caio acordou bem tarde, tomou seu café, meditou um pouco, tomou um banho, almoçou e se aprontou. O torneio iria começar e ele abriria o torneio: ele não podia fazer feio, não é? Caio estava pronto: ele se dirigiu para o local da luta. Caio chegou lá. Ele ouvia a multidão, tudo o que ele queria! Era tudo o que ele precisava para realizar seu sonho! Clara tinha razão: aquele torneio lhe traria publicidade. Ele foi para o vestiário e se aprontou. Colocou o cristal no bolso. Ah, ele se lembrava de Melissa, uma treinadora tão doce, meiga, delicada e exigente! Ele sentia saudades... Ah, aquele não era o momento! Até por Melissa, ele precisava vencer! Ah, ele venceria, tinha certeza! Caio estava pronto. Ele foi entrar na arena. O narrador do torneio narrava: _ Atenção: Caio está entrando na arena! E a multidão aplaude! Ouve-se gritos, aplausos, tudo! A mulherada fica louca! Mas ele só tem doze anos! Dá só para as jovenzinhas, não é? Ele entra na arena, com ar triunfante! Caio está no lado direito da arena, minha gente! E do lado esquerdo, vem aí, entrando agora na arena, Arcânio! Ah, não sei se é pelo nome, ou pelo fato de ele ser feio mesmo, de ele ter uma cara horrível, mas ele está sendo muito vaiado! Ele parece um vampiro, ou alguma outra figura sinistra... Credo! O apoio da torcida interfere, hem, Comentarista? _ Depende: pode interferir ou não. O que interfere mesmo é a vontade de vencer! _ É isso aí! E vai começar a luta! Caio estava pronto. A energia de Arcânio era pesada. Ele parecia ter muito ódio. Arcânio estava determinado: ele venceria e faria tudo o que fosse necessário para isso. Caio tinha de vencer! Ele precisava mesmo! Arcânio disse: _ Eu vou acabar com você! Caio respondeu: _ Vamos ver... Os juízes fizeram aquela pergunta: _ Vocês estão preparados? _ Sim _ respondeu Caio. _ Há muito tempo _ respondeu Arcânio. _ Então, três, dois, um, começar! O Narrador narrou: _ E o Juiz autoriza o início da luta! Agora é pra valer: Caio contra Arcânio! Arcânio disse: _ Eu sei tudo sobre você, garoto! Sei do seu sonho e sei que você tem medo de não alcançá-lo! E vou explorar seu medo para te vencer! _ Ah, é mesmo? Então, vá em frente! _ Caio respondeu. A luta começou e o Narrador, junto com o comentarista, começou a transmitir o torneio: _ A luta começa, minha gente! Caio lança um fortíssimo ataque contra o oponente e este desvia! Arcânio prepara um ataque contra Caio. Atenção: vai ser um ataque fortíssimo... Atenção... E ele lança! Ah, não é possível! Caio consegue bloquear! Arcânio preparou um ataque especial. Ele retirou seu cristal do bolso, concentrou energias e materializou-as em uma coisa: uma barra de alumínio. Em seguida, ele lançou o ataque: _ [Lança de alumínio!] O ataque atingiu Caio. Caio ficou com 90% de sua energia vital. Arcânio disse: _ Achou que seria fácil? Deu-se mal! Você nunca vai realizar seu sonho, nunca! Ou por acaso você acha que ela o está procurando? Rá, rá, rá, rá, rá! Você está numa procura utópica e impossível! E eu vou findar sua procura, acabando com sua energia vital! Morra! Arcânio lançou um outro ataque especial: _ [Barras de alumínio!] Um montão de barras de alumínio foram lançadas contra caio; ele ficou com 60% de sua energia vital. O narrador contou o fato: _ Incrível! Arcânio é bom mesmo! Ele realmente é do mal! Ele lançou uma barra de alumínio contra caio e depois lançou um monte de barras de alumínio! Incrível! Vejam, vejam! Vejam de novo na telinha! Veja em câmera lenta! Vejam! Foi mais ou menos... Ah, parece que umas cem barras de alumínio! E a energia vital de Caio agora está em sessenta por cento! E agora, Comentarista? _ Ah, Caio está em maus lençóis, Narrador! Se continuar assim, ele vai morrer rapidinho! _ É isso aí, minha gente... Caio está perdido! E a torcida vai à loucura! Ah, não podia ser verdade! Será que ela não o procurava? Será que só ele, Caio, estava procurando? Não, não podia ser! Ele pensava: _ Será que ela não quer me reencontrar? Será que só eu sinto saudades daquele tempo... Ah, não! Não pode ser! Arcânio dizia: _ Rá, rá, rá, rá, rá! Você nunca tinha pensado nisso, não é mesmo? Pois bem, agora é a hora de você pensar! Ah, eu te entendo... Você deve estar sofrendo muito, não é mesmo? Pois bem: vou ter compaixão e acabar de vez com sua vida. Morra! Arcânio lançou outro ataque especial: _ [Bomba de alumínio!] O ataque era incrível! Uma enorme bola de alumínio foi lançada contra Caio, o qual foi terrivelmente e duramente atingido em cheio! A energia vital dele ficou em 20%. Caio foi ao chão. Ah, será que ela não o procurava? Isso não podia ser! Não podia! Caio estava no chão. Seria o fim? O narrador dava notícia: _ Incrível! Vejam só, minha gente, uma enorme bola de alumínio foi lançada contra Caio; quando a bola o atingiu, com uma velocidade impressionante, ela se desfez, transformando-se em uma barra pontuda; depois, essa barra se desintegrou e se converteu em energia! Foi um ataque maravilhoso! E Caio foi pra lona, minha gente! A platéia não gosta, nem um pouquinho! A energia vital de Caio está em apenas vinte por cento. Ele não tem mais chance de vencer. Caio está no chão. O juiz vai começar a contagem: atenção! Caio não estava bem. Arcânio tinha dito o que ele jamais pensou em ouvir... _ Será que ela também te procura? _ Ela também te procura? _ Sua procura é utópica e impossível! _ Você acha que ela está te procurando? Nunca! Ah, Caio não podia acreditar! Agora ele estava ali, no chão, derrotado... Certamente ele não era motivo de orgulho pra ninguém... Ah, Melissa estaria vendo a luta? Caio tinha certeza de que sim. O que ela estava achando? Ah, caso ela tivesse ali, já estaria gritando: _ Vamos! Levante-se! Você não tem um sonho? Então, vamos! Levante-se! Lute! Não, Caio não tinha forças pra se levantar. O juiz começou a contagem: _ Um... Dois... Três... Quatro... Cinco... Arcânio disse: _ Acabou: eu venci! A contagem continuava: _ Seis... Sete... Caio ouvia tudo, mas estava inerte em seu sofrimento. Ah, mas uma coisa lhe veio repentinamente à cabeça: Melissa! Ele tinha que lutar, por ela! Ele devia muito àquela mestra tão dedicada! Sim, ele tinha que lutar! Ele lutaria! Até a morte! Mesmo que não vencesse! Caio tentava se levantar e a contagem continuava: _ Oito... _ Nove... Caio levantou-se! Arcânio não acreditou. _ Não é possível? Você... _Disse ele. Caio ficou de pé e rapidamente lançou um forte ataque contra Arcânio; este, não teve tempo de se defender e viu sua energia vital reduzida para 50%. O narrador narrou: _ Incrível! Caio levantou-se quase no fim da contagem e lançou um ataque excepcional contra Arcânio! Esse torneio vai ser emocionante, minha gente! Veja de novo na telinha... Que energia, que ataque, que beleza!!! Arcânio tem agora só cinqüenta por cento de sua energia vital! E a galera vai à loucura! São só gritos e aplausos! Maravilha! Caio disse: _ Eu pensei que você sabia tudo sobre mim; contudo, enganei-me! Você não sabe que sou persistente... Nem que vou vencer este torneio. Agora, morra! Caio lançou uma bola de energia contra Arcânio. A energia vital do oponente de Caio ficou em 1%. O narrador falou: _ E Caio lança uma bola de energia imensa e esmagadora, minha gente! Incrível! Incrível! Arcânio foi atingido em cheio! Ele foi nocauteado! Arcânio está no chão, inconsciente! A energia vital dele está em um por cento e ele não deve reagir. Acho que ele corre risco de morrer! Hem, Comentarista? _ Acho que a luta está decidida... Caio ganhou! _ O juiz vai abrir a contagem. _ Um... Dois... Três... Quatro... Cinco... Seis... Sete... Oito... Nove... Dez! Fim da luta: vitória de Caio! _ É isso aí, gente! Caio ganhou a luta! _ Foi uma excelente luta, Narrador! Eu fiquei emocionado! _ Eu também, Comentarista! Eu, você e toda a galera! Esse torneio vai ser incrível mesmo! ... Caio ganhou a luta. Ele pensou: _ Acabou: eu venci. E vou vencer todas as outras; vou vencer este torneio. Leandro foi cumprimentá-lo: _ Parabéns, amigão! Você lutou muito bem! Acabou com ele com dois golpes só! _ Obrigado. _ De nada. Mas... A próxima luta você não vai ganhar. _ E por quê? _ Ora, meu amigo, você não olhou a tabela? Seu próximo adversário, certamente sou eu! Eu não vou perder nesta fase! _ Então, amigo, prepare-se, porque eu não vou perder nunca! Não perderei este torneio! Caio continuará vencendo? E Daniela? Será que ela também luta bem? Qual será o vencedor deste torneio? (continua...) |