EM
FREIO
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Luísa
Ataíde
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E
eu vos direi, no entanto, Há um trem desgovernado que em uma das estações do ano, acelera em declive . O maquinista em hipnose voluntária esqueceu que é o maquinista e as três da tarde observa inebriado as estrelas. Os que estão lá fora gritam-lhe o desatinado destino. Ele em doce insanidade caminha pelos vagões vazios e sob teto de vidro , respira o ar noturno. A locomotiva acelera em cada curva. Clark Kent agora abre a camisa , sobe ao telhado e dança. A brisa toca-lhe os ombros e derruba o quepe. Então o maquinista dança com a noite sobre teto de vidro. É menino em desavisada valentia. Os
que estão na estação, observam impacientemente
e decidem: Protejam as crianças. O trem avança e apita. Ainda há pedras sobre os trilhos. A locomotiva sai da curva em rápida tangente. Os passageiros olham o céu . Olham-se muitas vezes e gesticulam. Uns jogam pedras, outros benzem-se. O homem sobre o teto ainda canta. |