OS
PARANORMAIS: OS INVISÍVEIS DESTINOS RECRUZADOS
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Bruno
Pinheiro de Lacerda
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(...) A nossa vida flui, tal como nossa energia. No entanto, nossa energia flui de maneira contínua e controlada, na maioria das vezes, por nós. Por outro lado, nossa vida flui, mas de maneira desordenada, às vezes retilínea, às vezes curvilínea, contudo, sempre independente de nossos desejos e ordens. O controle da energia sim, mas o controle da fluência da vida não é inerente nem àqueles chamados de: OS PARANORMAIS! Caio estava lutando contra Zenildo. Zenildo achou que venceria Caio com facilidade; todavia, percebeu seu engano bem rápido. Caio se desviou de um forte ataque de Zenildo e, com um ataque de Caio, a energia vital de Zenildo ficou em 20%. Zenildo não acreditou! Agora a vida de Zenildo corria perigo; mais um ataque de Caio e, certamente, Zenildo morreria. O que fazer? Ele não podia dizer a verdade a Caio, mas... Ah, e agora? Caio se concentrou. Aquele certamente seria o último ataque. Depois, o mundo estaria livre de Zenildo; ele estaria vingado, sua família estaria vingada! Entretanto, como ele iria descobrir?... Ah, ele descobriria de algum jeito! Já que Zenildo não lhe contava, ele descobriria de outro jeito e mataria zenildo! Caio concentrou uma enorme quantia de energia: ele não queria correr riscos. Em seguida, ele preparou um ataque mortal. Seria o fim! Zenildo nada podia fazer; ele apenas esperava o ataque e um possível milagre. Por fim, Caio lançou seu ataque mortal com fúria contra Zenildo. Tudo teria acabado agora... Contudo, algo deu errado. O ataque de Caio foi desviado. Um milagre? Não. Certamente era outro lutador que tinha interferido na luta. Caio perguntou: _ Quem está aí? Uma voz disse: _ Eu não vou deixar que faça isso! O diálogo entre Caio e a voz continuou. Caio perguntou: _ Quem é você? _ Eu sou Daniela, a paranormal do Cristal de Flúor _ disse ela, colocando-se na frente de Caio, de frente para ele, entre ele e Zenildo _ e não vou deixar que faça isso! _ Eu não tenho nada contra você, menina! Saia da frente! _ Sinto muito: não posso deixar que você mate Zenildo. Por acaso você não é um paranormal do GPA? _ Sou. _ E você não pertence à ABPN? _ Pertenço; mas... E daí? _ Será que você não sabe que Zenildo está organizando um torneio, um grande torneio que será disputado entre os 16 paranormais brasileiros? _ Um torneio? Não... Eu não sabia. Mas isso não me vai impedir de matá-lo! Ele é o culpado de tudo! _ Eu não sei do que está falando, mas... Você, por acaso, não tem sonhos? _ Sim, tenho, mas um torneio não ajudará a conquistá-lo. _ Pode ajudar sim! Quem ganhar o torneio vai levar um prêmio de dez milhões de Euros em barras de ouro! E esse prêmio ajuda a realizar qualquer sonho. _ O meu não. Agora, saia da frente! Eu não estou interessado em torneio nenhum! _ Ora, seu idiota! Não importa qual é seu sonho, um prêmio desses o ajudará a conquistá-lo! Será que você não pensa? _ Não estou para conversas, garota! Você é uma paranormal e eu não tenho piedade nenhuma de paranormais! Agora, saia da frente, ou terei que matá-la! _ Bom, se você insiste na idéia de matar Zenildo, terei de impedi-lo. Esse torneio é importante pra mim e não vai se realizar sem a presença de Zenildo. Então, não posso deixar que você o mate. Eu também não gosto dele, mas... Por enquanto, ele não pode morrer. Será que você não poderia esperar um pouco? Espere acabar o torneio e ele é todo seu! _ Eu não vou esperar nada! E minha paciência se esgotou! Saia da frente, ou morrerá! _ Bem, você não parece disposto a negociar, não é? Então, vamos lá! Mas eu aviso: não vai ser tão fácil! _ Vamos ver se não! Daniela tirou do bolso seu cristal. Era a primeira luta dela depois de ter ganhado, ou melhor, conquistado aquele cristal. Caio já estava pronto há muito. Caio lançou uma grande quantidade de energia contra Daniela, a qual se desviou. Caio voltou a atacar, mas Daniela construiu um escudo de energia que barrou o ataque. Caio reuniu uma quantia bem maior de energia e lançou com uma velocidade maior e conseguiu romper o escudo, mas Daniela novamente desviou-se. Ela disse: _ Você não desiste, não é? _ Nunca! Caio preparou uma bola crescente de energia e lançou-a contra Daniela, a qual não conseguiu se desviar dessa vez. Daniela foi atingida, mas não perdeu energia vital. Caio não acreditou. Seu ataque havia sido incrível e havia atingido a menina em cheio! Por que ela não havia sofrido nada? A energia vital dela não se alterou! Por quê? Ele pensou: _ Como é possível? Meu forte ataque a atingiu, mas a energia vital dela se manteve! Como? Como pode? Daniela, então, falou: _ Surpreso, garoto? ... Eu avisei que não seria tão fácil. Daniela, então, lançou um forte contra-ataque, mas Caio conseguiu desviar-se no reflexo. Em seguida, ele disse: _ Pra você também não vai ser fácil, garota! _ Eu não esperava facilidade _ disse Daniela. Daniela preparou um ataque com sua especialidade e lançou-o contra Caio. Dessa vez, embora Caio se desviasse, sua energia vital ficou em 90%. Caio não acreditou. Ele havia se desviado do ataque! Então, por que perdeu energia vital? Ele pensou: _ Como isso é possível? Será que parte do ataque de Daniela me atingiu? Mas eu me desviei, tenho certeza! Droga! Daniela perguntou: _ Por isso você não esperava, não é mesmo? Pois vou lhe dizer uma coisa: minha especialidade é o gelo e você, mesmo desviando do meu ataque, não pode escapar do congelamento, uma vez que o ar em volta do meu ataque congela todo o ar em volta de você. Então, prepare-se! Caio pensou: _ Minha única alternativa é atacar primeiro! Mas... Como vou atingi-la? Caio disse: _ Eu não vou perder pra você! Caio preparou uma bola de energia imensa. Em seguida, ele a comprimiu, tornando-a quase maciça. A bola estava cheia de energia por dentro e, por fora, a energia se tinha transformado em uma casca resistente. Daniela também preparou um ataque. Em seguida, os dois lançaram um ataque um contra o outro. O ataque de Daniela atingiu Caio, deixando a energia vital dele em 70%. O ataque de Caio também atingiu Daniela e, surpreendentemente, deixou a energia vital dela em 70%. Daniela não acreditou. Como era possível? Como ele conseguiu atingi-la? Ela pensou: _ Como ele conseguiu? Fui atingida e minha energia vital caiu. Mas... Minha barreira de energia em volta de meu corpo... Será que ela tem falhas? Não é possível! Eu não percebo nenhuma falha! Como é possível? Caio disse: _ Eu avisei que não seria fácil pra você, menina! Daniela respondeu: _ Não importa: lutarei até a morte! _ Eu também! Os dois concentraram energia, a fim de lançar novo ataque. Entretanto, Zenildo gritou: _ Parem! Já chega! Se vocês querem lutar, lutem no torneio! Os dois se assustaram com o grito. Daniela parou e disse: _ Está bem: eu espero o torneio. Espero que você não fuja, garoto. Ela saiu. Caio ficou ali, parado. Um torneio? Ele não queria participar do torneio! Ele não queria participar de torneio nenhum! Ele só queria... O torneio não ajudaria... Ajudaria? A menina que Zenildo estava maltratando antes da chegada de Caio disse: _ Participe do torneio, Caio. Tenho certeza de que você vai ganhar! Eu vou torcer por você. Caio percebeu, então, a presença da menina. Ela estaria bem? Caio havia se esquecido dela. Droga! A memória dele... Não, não é culpa da memória, mas do ódio. Caio se lembrou do que disse Melissa, em um dos dias do treinamento: _Caio, o ódio cega as pessoas. O ódio o havia cegado tanto, que ele se esquecera da menina, a qual Zenildo maltratava quando Caio chegou. Ah, ele não podia ficar assim, não por causa de Zenildo! Caio virou-se para a menina e disse: _ Você está bem? Ela respondeu: _ Sim, estou. Graças a você, estou viva! Olha, eu não sei qual é seu sonho, mas acho que o torneio ajudará a conquistá-lo. Se você procura alguém, o torneio te dará publicidade, já que será transmitido por várias emissoras de TV e rádio. E... Com o dinheiro, você pode fazer o que quiser! Sei que o amor não pode ser comprado, mas se você aparecer na TV, ficará conhecido. Se você procura um amor, certamente o encontrará. Se é outro sonho... Bom, o dinheiro e a fama o ajudarão com certeza. O diálogo entre Caio e a menina continuou. Caio foi quem falou agora: _ Não sei... Meu sonho é... Bom, eu procuro alguém. Mas... Será que vou encontrar com o torneio? _ Claro que vai! É só acreditar! Minha mãe sempre diz que conseguimos tudo em que acreditamos! _ É, talvez. Tudo bem, eu aceito participar do torneio! Qual é seu nome, menina? _ Clara. _ Nome bonito o seu. _ Obrigada. Eu tenho doze anos e queria ser uma paranormal também. _ Tudo bem, eu posso treiná-la. _ Sério? _ Sim, eu a treinarei. Mas... Agora, estou cansado. Estou chegando de viagem e... _ Ei, você quer ficar lá em casa? Você não tem pais, tem? _ Não, eles morreram. Mas... Como adivinhou? _ Não sei... Só pensei que, se você tivesse pais, não estaria aqui, mas estaria em casa. _ Certo. E seus pais não vão se importar? _ Tenho certeza de que não, eles adoram hospedar paranormais lá em casa. Lá é grande e... Acho que todos os paranormais que vão participar do torneio estão lá. Você vem? _ Sim, eu aceito o convite. Caio aceitou participar do torneio. O torneio reúne os dezesseis paranormais brasileiros. Com certeza, será um grande torneio. E... Quem o vencerá? Caio conseguirá alcançar seu sonho? E... Quem é Clara? E Daniela? (continua...) |