Fim
de tarde.
Os pássaros retornavam às suas moradas.
Na rede eu me deitava.
A melancolia me dominava.
O meu querido beija-flor muitas vezes as flores procurava e eu pensava.
Está se preparando para enfrentar a noite fria.
E eu? E eu aqui sem companhia.
Via a tarde morrendo e junto com ela também morria.
Os dias pareciam iguais naquele tempo em que me entregava à melancolia.
Vai
dia, vem dia... vem dia, vai dia...
E a solidão muito triste minha vida fazia.
Era mudar aquela realidade que eu carecia.
O sol vermelho no horizonte.
O medo de atravessar uma ponte.
Os meus olhos lacrimejavam facilmente.
E eu que me gabara de ser tão crente.
Meu coração cada vez mais entristecia.
Nem sabia mais onde procurar a alegria.
O
tempo tem o dom de curar feridas.
Mesmo as mais sangrentas e doloridas.
Aos poucos fui descobrindo que de novo achava o mundo lindo.
Eu refloria.
Era como meu jardim.
Na verdade eu renascia.
Encontrei forças no amor aos meus filhos e na poesia.
De repente a vida tanta coisa nova me trazia.
Adeus melancolia.
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