VERSOS
PARA MEU LEITOR
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Thaïs Martins
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Quem
me dera que ao escrever para você eu me revele,
Reinvente meu Ser e me expresse cheia de leveza. Quem me dera eu jogue fora a opacidade da tristeza, O meu falar soe para você como uma música sideral. Quem me dera eu traga para o meu texto o sorriso aberto, A risada forte, que da minha identidade são a marca. Quem me dera traduzir-lhe num poema o que tenho de ancestral. A força autoritária dos coronéis lá do meu Centro-Oeste, O rugido heráldico da minha onça sul-mato-grossense, Um dente pontiagudo e faminto de jacaré do Pantanal, O colorido dos mantras e das minhas tancas tibetanas, O valor metafórico dos meus mitos, a razão crítica da intelectual, O pálido perfume outonal de mulher solitária. E que tudo isto junto possa ser bonito, ser cheio de inteireza, Como se fosse a mandala que eu e você desenhamos no ar. |