A
veste que envolve
e adorna a sua alma
me alcança, me acalma,
mesmo que eu não queira...
Olhando daqui, eu percebo.
Aos tolos, parece besteira.
Os braços abertos,
sorriso, colo e afeto...
Eu
visto o que vejo,
e vejo o que sinto.
Eu sinto o seu vinho,
vindo de onde venha...
Seu corpo é conforto
aos meus sabores,
às minhas marcas,
meu passado de outras,
meus futuros desamores,
meu preto-e-branco
e minhas cores...
Nossa
linguagem é a sensibilidade.
Assim te ouço, assim te digo.
É fato, é feto, é sua, é seu.
Inverto as forças e espero seu pranto,
que não vem. Forte que és.
Seu útero conclama:
seu neném, sou eu...
Minha
cara terá espanto,
agradecimento e admiração.
- Quisera, pudera ! (direi)
Que venha o outono,
a primavera,
o inverno e verão...
Se
tudo que digo é lugar comum,
que seja ao menos um lugar
como um, ou outro, que vi.
Como esse aqui dentro...
Depois
que estiver aí fora, eu choro.
E quererei seu peito, seu carinho, meu leito,
meu carrinho, minhas fraldas, meu irmão, meu pai...
Já
são nove luas no meu relógio.
É tempo de devolver o lado direito do seu sono...
Tô
falando de você, MÃE !!!
Do fundo de mim.
Daqui de dentro, de você.
Só por algumas horas...
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