GABAR'EL
Nicole Koll
 
 

De repente, aconteceu. A vida tem dessas coisas, acho. O caos cotidiano virando aroma doce, entre cor-de-rosa e amarelo! Nem percebi como, ou por onde. Esse tal amor se achegou aos poucos, com cheiro de grandes momentos. Os mais quietos são os mais arrebatadores! Come quieto que come duas vezes... Não só duas, aliás. Sonhos sendo realizados e construídos instantaneamente, como miojo. Arrepios entre cumplicidade e olhares de melaço. Brilho! O amor, antes tão distante e utópico, virou construção. Não existe mais o sentimento, mas sim a transmutação! Viro musa, gozo, música, gargalhada, mulher, gata. O ransoso campo das idéias se desfaz em ar, diante o toque suado. Foda-se Platão! Quero os olhos ardendo, as saudades, as diferenças e o medo. Necessito da agonia de ser a ferida aberta mais pustulenta exposta diante os olhos amados. Estou em procura desesperada por um não sei que. Sou caminho, base, sentimento, vetorial! Bicho, mulher e santa. Namorada, Nicole. Amar é o gozo que não chega, agonia. O amado, a coceira mais gostosa. Nas costas! Ser e ter, querer e dar. Escolha de dentro, e bobagem.