NÃO TENHO PENA!
Adriana Vieira Bastos
 
 

Um "brinde" tio Beto

Foi dada a largada para a sua subida para o céu...

Você se foi e eu continuo a dizer - não tenho pena mesmo... porque você nos mostrou que soube viver e, conseqüentemente, tinha o direito de partir...

O que vamos fazer com esta distância enorme que irá imperar entre a gente daqui pra frente?

Não vamos fazer nada, porque sabemos que não há nada a fazer. Tem coisas que a gente simplesmente não faz, não se prepara, mas apenas aprende a conviver quando acontece...

Mas sabemos que não vai ser difícil, pois você nos preparou para este momento... Aliás, você foi "expert" neste assunto. Foram anos de "reiterados" exercícios até sentir que já estávamos aptos a encarar esta possibilidade.

Vamos sentir saudades?

Claro que vamos! Nós, os familiares, os amigos, os donos dos botecos, os vendedores de enciclopédias, de livros, de coleções e outras "coisitas" mais.

Uma certeza, porém, pode levar contigo: você sempre vai estar presente nas nossas vidas. Nas nossas lembranças e no nosso próprio modo de olhar a vida...

Você foi o herói dos filhos! O Batmam do Adolfo! O Beto da "Cidaa"! O rei da cocada preta! O eterno sarrista! O tanguista! O rei da boemia! Da breja! Da brama! Da manha! Da vida insana!

Enfim, você viveu e deixou viver!

E não precisa dizer que até a sua subida tinha que ser em grande estilo. Roubou a cena dos dias das mães! Deixou passar três feriados em seguida - Tiradentes, Páscoa, trabalhadores - para decretar o seu próprio feriado.

Vá em paz!

Vá esquentando os barzinhos aí de cima, enquanto vamos, daqui e sem pressa, esperando a farra que será o nosso reencontro.

Pra encerrar, Adalberto Alexandre, só gostaria de dizer que, no fundo, você sabe que veio para ficar!

Quem nasceu pra estrela, nunca deixará de brilhar!