NOS BRAÇOS DE DEUS
Adão Jorge dos Santos
 
 

Estou longe. Muito longe. Tenho saudade dos que ficaram e que me conheceram e até hoje sofrem a minha ausência. Eu queria de certa forma vir para cá. Aqui é onde tudo começou, alias nunca começou, sempre esteve aqui, e aqui vai estar par todo o sempre.

Assim que cheguei aqui, confesso que estranhei um pouco. Depois como num passe de mágica, o véu da ignorância se desfez, e consegui lembrar que já estivera ali antes. Agora sabia qual era a minha função neste lugar celestial. Era um agente de perímetro, não era um anjo ainda, talvez um dia fosse. No momento apenas controlo os portões do céu.

De repente soou o alarme de entrada não autorizada, várias entradas de única vez. O primeiro que chegou era um policial militar. Mas antes de anotar seu nome e ver a sua ficha corrida, outros chegaram quase ao mesmo tempo. De uma hora para outra, dezenas de policias começavam a chegar assustados à minha presença.

Eles contaram que na cidade de São Paulo os criminosos começaram a atacar e assassinar policiais por todos os lugares indiscriminadamente. Foram pegos de surpresa e não tiveram tempo de reagir. Deus então surgiu na nossa frente e os recebeu de braços abertos. Felicitou a todos pelo termino das suas jornadas no plano físico. Em seguida os transformou em anjos celestes.

Depois Deus olhou para a terra e pude notar o seu descontentamento pelos homens que cometeram aqueles crimes terríveis. Entrou no túnel de luz e a distancia grande que havia até a terra seria curta ante a ira de Deus.

Eu sabia que a porta que entrariam os pecadores não era aquela em que eu estava. Na minha só entrou heróis, homens que deram suas vidas em defesa de outros. Eles agora estavam bem. Estavam nos braços de Deus.