TEMA
PROPOSTO |
"...Eu
escondi isso dela com todas as minhas forças, nunca eu me perguntei
se estava agindo certo ou errado, nunca: se eu dissesse o que tinha aqui
dentro por ela, aí sim é que eu estaria perdido; tenho vivido
todos esses anos de casado, como um caramujo, me escondendo sempre que
havia perigo de Maria Corina perceber meu amor por ela; às vezes
ela me perguntava, se rindo: "Por que é que você está
sempre espiando com esse jeito sufocado, de quem vai arrebentar alguma
coisa pela boca afora?" - Então eu era obrigado a trancar
mais ainda o rosto, mantendo uma austeridade que era minha única
segurança de que ela me respeitaria, e tanto mais ela me respeitaria
quanto menos soubesse de como eu gostava dela: mas o homem não
tem grande oportunidade de se fazer respeitar a não ser pelo medo
- pelo amor então acho que é inútil...." (Oceano
de Moura Alves em UM NOME PARA MATAR, de Maria Alice Barroso, Prêmio
Jabuti/1967)
|