SÉTIMO SELO
William Stutz
 
 

"Quando o Cordeiro abriu o sétimo selo, houve silêncio no céu cerca de meia hora.
Então vi os sete anjos que se acham em pé diante de Deus, e lhes foram dadas sete trombetas.
(..)"
(Livro das Revelações 8, 1-6)

Tropego tento alcançar o corremão de minha existência. Encontro o vazio. A mão trêmula se apoia em vento, lembranças vagas giram por minha mente carcomida; dor e martírio.

Olhar turvo, ofuscado. Apenas sombras. Manchas coloridas como autênticos Monets estão todas lá, visões, porém amargas e sem luz. Manchas.

A morte assusta, perturba. Como na parábola do cavaleiro medieval - preparo meu tabuleiro para derradeiro embate. O medo avança, já não sou senhor de meus atos.

Sete anjos, sete trombetas. Separadamente, irremediavelmente sós - viveremos cada um, nosso próprio apocalipse.