A
COVARDIA NÃO MUDA O DESTINO
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Jorge
Eduardo Machado
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Conheceram-se no jardim de infância e estudaram junto até o início da faculdade. A paixão dele surgiu cedo, quando ela, sorriso angelical de menina de 10 anos, apareceu na festa junina com aquele vestido de bolinhas vermelhas. A recíproca veio já na adolescência, quando ele trocou os óculos fundo-de-garrafa por lentes de contato. Enfim, ela o reparou. Por insegurança, nunca se declararam. À rejeição, preferiram a inércia. E o tempo - sempre o tempo -; passou. Para ele, restaram as tardes solitárias de domingo. Para ela, os espancamentos contumazes perpetrados por um marido que não sabe amar. E viveram infelizes para sempre. |