CRÔNICA NÚMERO 20
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Osvaldo Pastorelli
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Emoldura o silencio no corpo fatigado de álcool como vampiro em busca do sangue que o sustenta. Força poderosa me impulsiona a inteirar-me da tua ausência a se prolongar na falta que me faz. Princípio doloroso se arrefece no comprido dos dias. De instantes a instantes largo os intensos gozos sentidos por nós nas manhãs de primavera. A lentidão dos fatos tornou-se dura vivência absurda que nos sustentava. Tua eloqüência de ser o que almejava transpôs campos alheios levando da casa o conteúdo de sua alegria. O vazio que me foi deixado agora emoldura o silencioso corpo excitado pela lembrança alcoólica. Jogo a lata no lixo, apago a luz do dia noturno me estirando na cama desarrumada. |