PARADIGMAS
Carmen Braga
 
 

Sabe, acho que a idade vai chegando, e com a maturidade já temos como prioridade outras coisas... A vida profissional, a monografia de final de curso, as contas a pagar e... O amor da sua vida!

Dia a dia, tudo é mutável na vida de uma pessoa que mora em uma mega metrópole como nós, cheia de novidades e tecnologias ao alcance das mãos. Ontem você tinha seu carro com um só combustível, hoje tem a opção de dois. E o que será amanhã?

Fora, quando o passado volta a tona e usamos uma calça boca de sino achando que estamos lançando uma modinha, tolos... Nossas avós usaram isso na década passada.

Acordo sempre com a impressão de ter que matar um leão por dia, mas isso não é um sacrifício é simplesmente a vida, pura e crua.Se você não é proativo, inovador e tem bom humor, hoje isso é muito bem visto nas empresas, você fica para trás. Outro vem e te engole e quando você menos espera, ele está sentado na sua cadeira mudando a foto do seu porta-retrato.

E na família, tudo bem que ninguém escolhe a sua, mas se dar bem e enfrentar problemas com graça e simpatia logo quando acorda é duro.No amor então.... a coisa piora, é a TPM e o enorme numero de mulheres do planeta todas contra você.

Para estar feliz eu sempre quero mudar algo ou é o cabelo que me odeia, o trabalho corrido, o namorado velho, o carro pequeno, o curso bacana, a viajem dos sonhos e por ai vai.Outras pessoas levam uma vida pacata, sem mudanças, sem surpresas, mas não por isso são menos felizes do que eu.

Só que estas mudanças nem sempre são possíveis. Muitas vezes dependem de um dinheiro que você não tem, de outras pessoas ou até mesmo de uma oportunidade.

Antes de começar a pós eu planejava fazer uma longa viajem.Ampliar horizontes, conhecer gente nova, culturas diferentes, ficar mais independente, desenrolar meu inglês que é um mal necessário, mas ai só a vontade não bastou.Voltamos a entrar no mérito de que as mudanças não dependem única e exclusivamente de você.

E em um belo dia sentado na praia de frente para o mar desfrutando aquelas sonhadas férias, você se depara que sonhou tanto em estar ali que agora que está quer voltar correndo para o transito, para o seu trabalho louco, para a família que não te entende e para os infinitos textos da pós.

 
 
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