"O
teu amor é uma mentira
Que a minha vaidade quer
E o meu, poesia de cego
Você não pode ver"
- Cazuza -
Não
era o brilho da lua que roubava minha atenção.
Eram
teus olhos, faróis iluminando meu espectro,
subjugando minha alma.
Nem
era o uivo do lobo que fazia meu corpo arrepiar.
Era
sim tua voz em sussurro pronunciando meu nome.
Foi
assim o nosso começo, o tudo que não aconteceu,
o nosso fim. Fim?
Que
nunca chega, paixão que nunca termina,
Sem
ao menos ter começado.
Atração
irresistível, que não cessa
e
que não deixa espaço para paz.
Se
te penso, sinto ainda todos meus elétrons desorbitarem.
Sossego?
apenas quando se juntam aos teus.
Se
não te penso, como não te pensar?
Ah...Esta
distância que não existe, este tempo que não passou.
O
amor, que nunca aconteceu, é a paixão que me mantém
viva.
Porque
teimas em se fazer pesadelo nas minhas noites (que não são
tuas)?
Porque
te fazes tão presente? Se nem sei se existes.
Meu
coração entra em descompasso cada vez que ouso pensar
teu nome.
Persegues-me
como um fantasma, como um demônio.
Ou
seria um anjo tentando me mostrar um caminho de salvação.
Não
sei dos teus caminhos,
nem
sei dos teus amores,
não
faz diferença.
Sei
de mim, doidivanas,
que
ainda te sente,
te
abraça. Te espera.
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