O ÚLTIMO PEDIDO
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Zeca São Bernardo
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Dirigiu-se Mohammed ao palácio do rei, passos rápidos, o coração em disparada. A enorme barba negra displicentemente jogada sobre o manto branco, só seu turbante estava como o de costume. Totalmente torto!! Murmurou no caminho uma meia dúzia de palavras bem articuladas. Com as quais pretendia convencer sua majestade de atender a sua humilde petição. Foi recebido pelo visir, de eterno sorriso, atravessou velozmente os largos corredores que o separavam da sala do trono. Preparou-se o melhor que pode para o grande encontro. Anunciado, cruzou a soleira da porta, fez menção de curvar-se. Mas foi interrompido por um breve aceno da realeza. -
Mohammed, disse-lhe o rei, tens certeza absoluta de seu desejo em nos
abandonar e entendes bem que não haverá um retorno seu
a nossa presença em hipótese nenhuma??? -
Sim, murmurou Mohammed enquanto procurava pelas palavras que ensaiara. - Está bem... se é teu desejo, parta! Não preocupe-se em explicardes absolutamente nada. Vá em paz, concluiu sua alteza Ibrahim. Senhor absoluto no mundo dos dijns ( gênios), enquanto olhava tristemente para mais um servo que partia para o mundo dos homens cativado pelo amor duma jovem a qual servira e que pediu-lhe para abandonar seu rei, seu mundo, sua singular condição e desposar-lhe. |