QUALQUER CALMARIA
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Ana Terra
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Quero qualquer calmaria. Não importa a origem. Pode ser até uma quase calmaria. Quero uma calmaria em constante movimento. Parada. Lenta. Dançando no Sol. Cantando para a Lua. Criando quadros com palavras. Perdida nas névoas. Segura com seus pés nas nuvens. Escondida na Via Láctea. Transparente. Remanescente de um tempo perdido. Um elo perdido. Um ego vagando no Universo. Uma calmaria de suspiros. De gargalhadas. De lágrimas. De gritos. De silêncios. A calmaria do vento. Da brisa acariciando meu corpo. Asas de borboleta brincando nos meus poros. Uma
calmaria impaciente. Desce correndo a ladeira. Empresta o mel de seus
olhos ao néctar das flores do pequeno jardim. Uma
calmaria que percorra ruas. Olha portas e janelas. Sempre à procura
de algo. Quer um porto não tão seguro. É livre. Uma
calmaria viva. Procura um ninho provisório. Um aconchego de qualquer
calmaria. Um carinho sem toques. A calmaria de cabelos roçando meu corpo. Minha alma. A calmaria de um beijo. A calmaria de um desejo. A calmaria da dança de dois corpos unidos. Na dança do Sol e da Lua. A
calmaria de um longo e intenso orgasmo. De um coração acelerado.
Da língua afoita. |