A
VISITA
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Tiago
Velasco
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Entrou no elevador. Apertou o número oito. O elevador subia hesitante. Antigo, fazia força para carregar o homem alto e gordo. A camisa aberta em três botões mostrava os pelos grisalhos do peito. Corrente grossa de ouro no pescoço. Na cara séria, barba por fazer e óculos escuros baratos. Na boca, um palito de dentes já úmido repousava no canto direito. O cabelo, ralo e ensebado. O balançar do elevador fazia a porta pantográfica tremer. O relógio escorregava no antebraço peludo e suado. Pulseira de metal frouxa. Oitavo andar. A porta rangeu. Andava pelo corredor em passos lentos e firmes. Não procurava o número. Conhecia bem o apartamento. Deu três batidas ligeiras na porta. Verificou o zíper. Mania. Levantou a calça surrada. Esperou. Ouviu mais duas batidas na porta. Dessa vez, com mais intensidade. Sonolenta, resolveu atender. Cabelos pretos, pele clara. Não tinha nem 18 anos. Seios firmes. Os bicos duros marcavam a camisola rosa. A cama em que estava deitada ficava a poucos passos da porta. A decoração do conjugado era completada por uma cadeira de madeira, uma TV sobre o frigobar, um ventilador de teto e um rádio-relógio no chão. Girou a maçaneta enferrujada. - Você? Ele sorriu pequeno. Retirou o palito da boca e a beijou nos lábios. Ela tentou virar o rosto, mas a mão dele não permitiu o movimento. Viu quando ele fechou as cortinas e sentou na cama. Os olhos da jovem brilharam de raiva. Ele não se importou. Desabotoou o resto da camisa. Baixou as calças velhas. Deitado, fez um sinal. Ela entendeu. Andou na direção dele, se ajoelhou na cama e pôs as mãos pequeninas debaixo da cueca. Balançou até ele dar uma outra ordem com um assovio e um olhar. Começou a chupar e, com uma das mãos, tirava a franja dos olhos e ajeitava atrás das orelhas. O ventilador espalhava um vento quente pelo quarto. As gotas de suor brotavam na testa da menina. Afastou a cabeça da moça do pau dele. Jogou a garota sobre a cadeira de forma violenta. Ela não reclamou. Sob a camisola, só uma calcinha de algodão enfiada no rabo. Ele sorriu prendendo o palito molhado com os dentes. Arrancou a calcinha e enfiou o indicador na xoxota. Seca. Deu um tapa na cara dela para a menina aprender a ter tesão quando ele a comesse. Cuspiu na mão e passou na entrada da boceta. Enfiou o caralho duro de uma vez. Ela baixou a cabeça e fechou os olhos com força. De costas, teve o cabelo puxado para trás. Filho da puta. Ele enfiava forte. A fricção do pau com o canal vaginal seco machucou a garota. Ia ser difícil atender os clientes com a xota ardendo. Sabia que um pouco de pó antes de começar a noite de trabalho ia ajudar a enfrentar a jornada. Ele não era cliente, era protetor. Proteção que tinha um custo alto. Gozou rápido como de costume. A barriga grande não ajudava na performance. Ele estava satisfeito com a duração do coito. Ela também. Vestiu a camisa amassada. Corpo grudento de suor. A calça, o cinto, as meias e os sapatos. Deixou uns trocados sobre a cama. Era para uma calcinha nova. A menina, ainda na cadeira, olhava para o chão como se contasse os tacos do piso. O homem andou lentamente em direção à porta. Virou-se para ela mais uma vez. - Puta! Trocaram olhares de desprezo mútuo. A porta se fechou. |