DÓ DE PEITO
Luciana Pareja Norbiato
 
 

Meu coração se estraçalha a cada recusa, ferido à navalha: pessoas bruscas. Minha fala não diz nada além de toda a busca, honesta que sou. Não importa. Não posso fazer pelo outro o que espero que o outro faça. Posso sofrer pela falta, mas nunca me darei de graça, delicada, intensa, amorosa alma. Cadê aqueles que querem também amar, cadê aqueles que sabem que a vida é coragem, fé e a alegria de dar e receber amor? Cadê quem quer que me abrace, na lembrança de sermos bichos, na verdade de quebrarmos mitos, na vontade de nos tocarmos, sentirmos?

Mas nunca pedi piedade, não quero a bondade falsa de quem me teme pela minha intensidade. Eu sou selvagem, eu grito, curo minhas chagas com lambidas de minha língua em brasa. Eu sou um destino que não se aplaca.

 
 

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