MODERNIDADES SUJAS
Francine Ramos
 
 

E quem sabe seus olhos enganados pelo poder da novidade tivessem arrancando-a do melhor que a vida poderia lhe oferecer. Quem sabe um botão mágico de volta ao passado para trazer-lhe novamente aquela paz infinita no peito ao olhar um rosto conhecido.

O que são essas gentes? O que são essas pessoas apressadas a correr e correr atrás de algo que nunca terão? Ela pensava todos os dias nessa frase que ouvira uma vez na TV. Na verdade ela um dia foi igual a essas pessoas, mas não queria mais. E dizia aos seus amigos nas mesas de bares de que a vida tinha que valer a pena de outra forma, não através do dinheiro, nomes e imagens belas.

Mas que estranho é a vida, seu coração aclamando pela paz só encontrava angústia num passado distante e feliz que nunca voltaria a ter. Na sua vida atual cheia de compromissos e afazeres sérios demais para aquele momento tão do seu interior que vivia.

Talvez ela nunca usasse tanto a palavra viver em suas conversar de mesa de bar. Entre um cigarro aceso, um chamado do garçom ela confessava suas fraquezas, abria seu coração e sua cabeça imunda da podridão que o mundo a cercou.

 
 

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