ANO NOVO, TUDO IGUAL?
Adriana Vieira Bastos
 
 

Se olharmos para os milhões de reais despejados no Congresso Nacional, com o objetivo de oferecer uma remuneração extra para os políticos continuarem, no mês de janeiro, a enrolar como fizeram durante todo o ano de 2005, poderíamos dizer que sim!

Se olharmos as contradições de Lula, demonstradas claramente na sua primeira entrevista do ano, dada ao Fantástico, Rede Globo, poderíamos dizer que sim!

Se olharmos para o transito congestionado, nos períodos festivos, onde desfilam motoristas que se consideram "espertinhos" e se vangloriam de usar o acostamento para ultrapassar os demais carros, poderíamos dizer que sim!

Se olharmos para os conchavos políticos, aonde as pretensas cassações vão se tornando historias da carochinha, deixando o povo sem entender o porque de não serem levados a sério os indícios de provas das falcatruas apuradas nas CPIS, poderíamos dizer que sim!

Se olharmos para a cara de pau, de alguns políticos brasileiros, que prometem, prometem, chegam até a registram suas promessas em cartório, não cumprem o prometido e acham isso muito natural, poderíamos dizer que sim!

Se olharmos para o espírito de confraternização invadindo os lares e exigindo uma paradinha nas desavenças familiares, para, no dia seguinte, voltar a ser tudo como era antes, poderíamos dizer que sim!

Se olharmos os inúmeros projetos de mudanças de vida que a maioria dos cidadãos, no mês de dezembro, faz para o ano que se inicia, embora, saiba de antemão, que grande parte ficará só na intenção, poderíamos dizer que sim!

Agora, se olharmos para a eleição que será realizada neste ano de 2006, poderemos ter a grata sensação de que temos algo de concreto em nossas mãos para torná-lo um ano diferente.

Essa coisa de entrar ano e sair ano achando que não vale a pena se envolver nas coisas da política deu no que deu - o caos em que estamos vivendo.

Que em 2006 a sociedade acorde para a sua responsabilidade neste processo eleitoral - só votar no candidato comprovadamente honesto, que mereça credibilidade.

Aqueles que não tiverem a certeza de suas escolhas, que usem o voto nulo, para deixarem claro que não compactuam com o que está aí.

Enfim, 2006 só será igual se a sociedade continuar também agindo igual aos anos anteriores - aceitando acomodada e pacificamente tudo o que o mundo político, sem piedade, despeja sobre o povo brasileiro...

Espero, sinceramente, que a sociedade saiba aproveitar 2006, para dar um basta, através do voto, aos desatinos promovidos pela classe política....

Caso contrario, teremos, todos, indistintamente, os anos seguintes para lamentar a perda desta oportunidade...

 
 

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