Azeitonados
tetos, largos azinhavres, mugidos
cor de bronze
espetados na perfeição letárgica da neve;
torres ogivais, circulatura eslava, sombras
de Absalom e Tor, paradas
no sólido silêncio que governa
das ameias dos castelos
Copenhague, Copenhague de bronze e sangue
com sua cerca de guindastes e seu longo quebra-mar...
O que é partir, o que é chegar
quando a vida se desmancha em pleno mar
e os nossos vários rostos acabados
são um estranho recordar
de urgências nunca realizadas?!
Ah! As gaivotas, o apito de outras barcas,
o cais ficando longe, e já dentro de nós
o tempo, mudo pássaro de vidro, a estilhaçar-se
- Copenhague!
neste irreal terrível que é o ato de lembrar-te
Copenhague, Copenhague de bronze e sangue
com sua cerca de guindastes e seu longo quebra-mar...
(excerto
de CRÔNICA DA ESCANDINÁVIA PARA UMA SUECA CHAMADA BIRGITTA
- Karlshamn, 1960)