AS AVENTURAS DE FLORIANO:
A BATALHA |
Bruno Pinheiro de Lacerda
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Floriano, então, disse, com uma voz firme, que apavora: - Seu bruto, maldito monstro, pare agora! O outro guerreiro assustou-se. Quem lhe mandava parar? Ah, era a "florzinha" que se tornou um guerreiro! O que espancava a menina chamava-se Petrúquio. - Ninguém me dá ordens, florzinha - disse Petrúquio. Floriano falou: - Não lhe dei uma ordem; o que fiz foi dar-lhe um conselho. - Dispenso conselhos, principalmente vindos de você! - Bom, é melhor você parar, ou então... - Ou então o quê? - Ou então você vai provar do veneno de minha espada! - Oh, a espada de uma flor tem veneno? - Posso ser uma flor, meu senhor, mas sou uma flor venenosa, principalmente quando tenho que defender a justiça. - Vamos, quero ver você agir! Ameaçar é fácil! Tome uma atitude! Vamos! Enfrente-me! Petrúquio tentou continuar a fazer o que estava fazendo antes da chegada de Floriano; todavia, este arrancou o instrumento de tortura daquele. Floriano disse: - Foi você quem pediu! - Quero ver sua delicadeza, florzinha! A luta começou. Floriano ainda não havia comprado uma armadura. Porém, Petrúquio também não tinha uma. A luta seria mortal? Talvez... A espada de Floriano acertou o escudo de Petrúquio. Este respondeu. Nosso herói lutava com bravura, tal como seu inimigo. O protagonista, entretanto, tinha um motivo forte para vencer aquele homem: a justiça. Nosso mocinho era inteligente. Ele, apesar de negar, tinha um grande talento para ser guerreiro. Dessa vez, além do talento, a sorte também ajudou nosso herói. Talento e sorte: uma combinação imbatível... Floriano lançou sua espada com violência contra a espada de Petrúquio; o protagonista pretendia arrancar a espada da mão de seu rival. Petrúquio, porém, não percebeu isso a tempo de evitar o que aconteceu: a espada dele foi arrancada. Até aí, tudo normal. No entanto, ocorreu o surpreendente: sem nenhuma explicação, o escudo de Petrúquio caiu de sua mão na mesma hora em que a espada de Floriano iria, com toda a violência, para acertar o escudo do inimigo. O que aconteceu então? A espada de Floriano acertou violentamente o coração do rival. Petrúquio caiu morto. Talento e sorte... Talento e sorte? Talento... E... Sorte... Sorte? Floriano havia matado um homem. Antes ele havia quase matado, mas, agora, era diferente: ele havia matado de verdade! O sangue escorria, inundando o chão. Petrúquio estava morto. Floriano havia matado um homem sem nem saber o nome dele... Ah, mas era em prol do bem e da justiça, o cara pediu isso! Pediu? Matar é ser justo? Não... Floriano havia matado um homem, de verdade! Ele não era um bom guerreiro.... Não, era sim. E era um dos melhores, já até havia conseguido matar! Não, ele não queria isso, não! E agora? Velhos conflitos internos, velhos fantasmas voltavam a assombrar nosso herói. |