SONETO LÚTEO
Luciano Tadeu de Almeida
 
 

A forma procaz do desejo
De ser feliz gargalha ruidosamente
Na cara da minha condição de poeta.

Kant não me impressiona mais.
Algumas vezes, Confúcio me deixou confuso.
O luteranismo não é mais importante que Cristo.
Morrer todos os dias não é uma maneira de ser eterno.

Profissão inútil. Amor inútil. Vida vazia.
Quase trinta anos e nada pronto...
Somente estas extrusões periódicas
De sentimentos vulcânicos derramados no papel.

Demudado, olho nos olhos do meu eu de ontem.
Me sinto envergonhado.
O passado me machucará amanhã.

 
 

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