AS AVENTURAS DE FLORIANO:
CONFLITOS DE UM HERÓI
Bruno Pinheiro de Lacerda
 
 

"- Então, é para lá que vou" - disse Floriano;
"- Está louco, companheiro?
Você anda variando?
Esse torneio é o inferno,
Até para o pior tirano!
Escute-me, ó, bom guerreiro,
Eu não lhe faço trapaça,
Mas lhe dou um bom conselho:
Vá pra longe desse torneio,
E fuja dessa desgraça!"

"- Não sou homem de fugir,
Assim, corrido, do perigo,
Não queria ser guerreiro,
Mas vou dar justo castigo,
Ao "ilustre" inimigo,
Que minha honra foi ferir!"

"- E então, ó, Floriano,
Sou escravo ou homem morto?"
"- Seu destino, meio torto,
Veio cruzar-se com o meu;
Seguir à risca minhas ordens,
Não foi isso que prometeu?
Então siga: seja livre,
Que quem ordena sou eu!"
João Marcos agradeceu.

Floriano, em conflito, só pensava:
Por que é que ele lutava,
Se não queria lutar?
Será que ele já se mudava,
Mesmo não querendo mudar?
Ah, agora ele se lembrava,
Que queria se vingar;
Ah, pois ele se vingava!

Pensou assim o nosso herói:
"- Eu não tenho outra saída,
A não ser matar o maldito,
Que abriu minha ferida!"

O nosso protagonista,
Seguiu sua direção,
Caminhando por essas pistas
E, chegando no local,
Para fazer sua inscrição,
Uma cena peculiar,
Chamou-lhe a atenção.
O que era? Ora, é simples:
Um homem sem coração,
Com certeza um guerreiro,
Fazia um papelão:
Espancava uma menina,
Que não tinha proteção!

Floriano era capaz,
De ter nervos de aço,
Suportar qualquer ofensa,
Só para manter a paz.

Mas essa situação,
Tão triste e deplorável,
Aos olhos de nosso mocinho,
Ah, era insuportável!

Disse Floriano ao homem,
Com uma voz firme, que apavora:
"- Seu bruto, maldito monstro,
Pare agora!"

 
 

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