O PAPAGAIO
Osvaldo Pastorelli
 
 

O campinho como era chamado o terreno baldio que ficava atrás da casa aquela hora estava vazio. O que lhe proporcionou uma alegria safada.

Queria testar primeiramente antes de mostrar aos amigos o papagaio que fizera com ajuda do pai na noite anterior.

Olhando para os lados viu que o dia estava excelente. O vento soprava docemente o que prometia boa diversão. Paciente esticou a linha e sem muita dificuldade conseguiu colocar o papagaio no ar.

A linha quase totalmente estirada produzia na sua mão vibrações pequenas que ao seu comando fazia o papagaio subir, descer e com pequenos toques na linha fazia com que ele embicasse ora para a esquerda, ora para a direita.

Já previa a estupefação dos amigos, as exclamações de admiração. Veriam que agora eles tinham um competidor à altura, sorriu satisfeito.

Nisso ao dar um puxão um pouco mais violento, a linha perdeu a força. A pipa estava caindo. Largou a lata de linha e saiu correndo. O campinho não era grande, mas o vento para desespero do garoto, arrastou a pipa para o outro lado da rua.

Estava quase perto da pipa caído no asfalto quando viu surgir o carro vindo pelo lado esquerdo. Aflito ele acelerou as pernas e gritando e gesticulando os braços procurou chamar a atenção do motorista.

Porém o veículo aumentou a velocidade não dando oportunidade para que ele chegasse a tempo para salvar o papagaio. Com os olhos fixos cheios de lágrimas pegou os destroços do chão e com passos lentos entrou em casa.

 
 

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