Quando comecei a escrever não tinha a noção se conseguiria concluir o texto proposto pelo site. Não fiz uma tentativa somente. Fiz centenas. Deletei centenas. Agora estou suando e preocupado, não tenho certeza se vou conseguir. O engraçado é que sei escrever. Acreditava que sabia. Agora já não, de mais nada.

O mote proposto é bem simples e vasto. Surpresas da vida. Ora a vida é repleta de surpresas, é só olhar em cada esquina, em cada sorriso de criança, em toda a parte. Mesmo assim, estou tendo dificuldade para relatar um evento que seja.

Estou particularmente feliz pelo fato de não estar conseguindo escrever nada sobre o assunto. O engraçado é tenho milhões de idéias na cabeça, apenas não consigo transpor para a tela do micro. Será que todos os grandes escritores sofrem assim quando tem de escrever sobre pressão de data, será que desistem, tem faniquitos, quebram as coisas, dizem palavrão, ou simplesmente esperam baixar o espírito santo da literatura?

Eu já disse diversos nomes feios, já derrubei livros e esmurrei a parede, quis até quebrar o teclado, em fim desisti. Depois voltei e escrevi outro texto que julguei pertinente, foi apenas uma centelha que o vento apagou.

Na verdade eu não acredito mais em surpresas, nada mais me surpreende, nada mais me abala, será que estou morrendo intelectualmente? Ora, estou exagerando. É só um texto. Nada mais do que isto. É que tenho vergonha de falhar, que vão disser meus milhares de fãs, dirão que eu não sou mais digno de suas apreciações, será o meu fim como escritor.

Mas agora, pensando bem, esta, de certa forma, é uma das surpresas da vida para mim. Fui pego desprevenido por um texto que não fui capaz de desenvolver, fiz de tudo para obter êxito, não consegui. Resta agora esperar para ler os textos dos verdadeiros escritores. Estes eu respeito. Para este não há surpresas da vida. Estes são geniais.