Doía tanto, tanto... Ela dizia, mas ele não acreditava.

Nunca fora amado antes e, talvez por medo de nova dor, nova traição de sentimentos, desprezava. Na hora da cama soltava a ternura, a tara, a raiva do amor, mas, mesmo assim, não se entregava, não dava o braço a torcer, não falava de amor.

Ela só queria ouvir a confissão dos sentimentos dele. Ele, nada. E ela então se desesperava, ficava em dúvida, em suspenso; insegura, confessava: amo tanto, mas você não está nem aí pros meus sentimentos, não se abre pra receber o meu amor, não se entrega de corpo e alma à relação!

Doía tanto, tanto... Que ele até pode ver quando ela desabotoou a blusa e colocou à mostra seu coração, ferida aberta, ardendo em chamas.