Minha
alma é triste, pois vive presa a este corpo.
Procurando inutilmente seus porquês.
Vaga tal qual nau sem leme por mares de futilidade,
onde a ancora da ilusão a prende sem dó.
Minha
alma é triste, sonha com vôos infinitos.
Que somente chegarão quando este corpo pesado
enfim deixar de existir, e cujo simples
pensamento do fim faz estremecer.
Minha
alma tem sede, tem volúpia por liberdade.
Quer a plenitude do êxtase, que sabe só será completa,
Quando enfim transcender.
Faltando, em seu passaporte, apenas
o carimbo da libertação: a morte.
Pobre
alma quer morrer e viver,
Pobre corpo teme morrer por não crer.
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