VOU PARAR?
Bruno Pessa
 
 

Não sei bem pronde devo ir.

Tem que rolar paisagem natural, mas nada de insetos insolentes.

De preferência muuito espaço, vastidão, porém imune a alérgicas ventanias.

Pessoas, é claro, contanto que não perturbem os momentos de só ficar.

Seria bom que eu não tivesse hora, desde que o tempo não tivesse a mim.

Toparia me dedicar ao dever, a menos que não precise abdicar do devir.

Que tivesse de seguir certas ordens, enquanto elas não bagunçarem a cachola.

Com amigos amigáveis e interessantes, a despeito de quaisquer interesses.

Vivendo gestos gratuitos, mesmo que isso não pague contas.

Enfim, decididamente concluo que ainda não sei...

Sem neurose: eu pego o passaporte e me viro.

 
 

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