O
entusiasmo que aumenta,
e que se busca nas entranhas,
é o fluxo do lampejo que atormenta
a mente do coração do artista na artimanha.
Nesta
hora, a falsa dor que ele agüenta,
copula e se alimenta do medo em nó-garganta.
E se transmuta em musa: criação-filha tamanha.
E o pessimismo só, em pálida ilha, se afugenta.
*
Do
alto, sol não faz. Não perde nem ganha.
Transformação: é lua então, no útero
do alquimista.
E a inspiração é mãe, no ventre que se arreganha.
E o guerreiro-pai festeja o rastro de arte que fisga.
De
resto, é só transpirar o belo que se assanha.
O gerar não é pro agora. Será longo-nove calculista.
E ao subir o sal, no íntimo de sua idade tenra,
verá o morrer de sua branca razão niilista.
*
Diante
de sua Vênus, no topo da montanha,
Saturno se renderá, ao ver Netuno no fim da pista.
E o festejar dos sonhos trará mais uma manha,
e inquietará de novo a arte na mente do artista.
Quando
voltar à inquietude, em aparente tristimania,
ajeitará a Fênix, amiga do Corvo, em seu ombro equilibrista.
E, trôpego, despejará verde em outro lampejo de alquimia.
E afinará o troco-de-tempo, desejo nu, de sua essência tribalista.
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