Acontece atualmente um onda de novos casamentos em minha família e em meu círculo de amizades. Inclusive eu mesmo estou na fila dos quase casados. E tenho presenciado nos noivos que me cercam, e em minha própria pele, alguns medos em relação ao matrimônio.

Há quem tema o fim do futebol com os amigos todas terças-feiras e sábados; há quem tema o fim do chope com os colegas de trabalho ao término do expediente. A simples idéia de se prender a uma mulher somente, mesmo para aqueles que são indiscutivelmente e voluntariamente fiéis às namoradas há vários anos, deixam alguns noivos apavorados. Existe quem se amedronte com a despedida de solteiro, ou melhor, não propriamente com tal evento, mas com a possibilidade de alguns pormenores chegarem aos ouvidos da noiva. Existe quem tema o chá de panela da noiva, ou seja, a despedida de solteiro delas. Existe até aquele que não tem medo do chá de panela da noiva, apenas tem medo de saber o que houve por lá. Dentre os vaidosos, há aqueles que se apavoram com a possibilidade de ganho de peso de dez ou vinte quilos em cinco anos de bodas. Tem noivo que tem medo inclusive de deixar de ir à praia que, na verdade, é o medo de ficar com a barriga branca.

Eu mesmo tenho meus medos: Renata já avisou que jogará fora, depois de nosso casamento, todas minhas cuecas velhas, não escapará nem aquela furada e que não mais tem elásticos nas pernas. Ela não aceitou meus argumentos de que as cuecas velhas são as mais confortáveis e gostosas de usar e contra-argumentou que os objetos em questão não seguram mais o que deveriam segurar.

Todavia, os recém-casados afirmam que tais medos não resistem a três doses de uísque antes da cerimônia de bodas. Seguirei o conselho.