ESTOU COM 1984 NA CABEÇA
SERÁ UMA MERA COINCIDÊNCIA? |
Definitivamente estamos chegando à era do Grande Irmão, antevista na ficção-real de George Orwell, onde tudo é monitorado: todos os nossos passos, todos os nossos sentidos, todos os nossos sopros e suspiros. Digo isso, porque fiquei perplexo ao ler nos jornais de hoje que o Tribunal Superior do Trabalho considerou legítimo o monitoramento de correio eletrônico por parte dos empregadores como provas para demitir por justa causa o empregado. Só porque um funcionário de banco particular quis alegrar a tarde de seus colegas distribuindo fotos de moças bonitas em trajes menores (ou sem traje nenhum). Tudo bem, talvez a moça não fosse o tipo preferido do chefe, ou talvez o chefe não gostasse de moças, mas daí invadir a intimidade e a privacidade do funcionário e demiti-lo por justa causa é um abuso desmedido. Estamos passando da fronteira do bom senso, ultrapassando o limiar da razão.O que deveria ser uma nova era das luzes, devido à grande popularização das tecnologias da informação está se transformando numa era da meia-luz, ou do lusco-fusco virtual. Estamos cada dia mais distantes de uma sociedade onde a tecnologia deveria estar a serviço do progresso e do bem-estar humano. O que diriam Vannevar Bush, Pierre Lévy, George Orwell e outros brilhantes sobre tudo isto? Acho que eles nem ficariam perplexos como eu, pois já o previram. E nós, não tão brilhantes? Estamos pensando que a penumbra que se abate sobre nós é uma canção de ninar? Será que esquecemos de tomar a pílula vermelha, ou tomamos e era placebo? Acho que não. Nós só sabemos mesmo é dourar a pílula! Ficamos assistindo a tudo, sentados diante da televisão, diante da tela de computador, reduzidos a meros expectadores de uma realidade que nós cooptamos, compactuando com o autoritarismo voluntário. Todos devemos estar surdos, cegos e mudos! Feito os três macaquinhos. É a provável resposta. Então, parafraseio o Rei do TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo - Desculpe a ironia, mas não consegui me controlar, e além do mais ele merece.), faço dele as minhas palavras: "Meu amigo volte logo, venha olhar pelo seu povo, o amor é importante, vem dizer e fazer tudo de novo"! Ainda não soubemos aproveitar e aprender a lição. |