A MEIA-LUZ
Luciano Tadeu de Almeida
 
 

"Não violarei em mim próprio
a dignidade da humanidade."
(Charles Darwin)

A fúria do respirar das máquinas
Levando o princípio ao suicídio.
Meia-luz sobre o catre.
E o ódio, e o medo, e o segredo... Silêncio arrogante.
Instintos vulgares entre ginecômanos e ginecófobos...
Devotas ninfomaníacas galopando em prepotências bifurcadas.
Amor e ódio dentro do corpo explodindo medos e taras.

Depois do depois ficar sem ter agora.
E o ir e vir de horas e horas e mais horas.

Transpor a réplica da réplica do que não tem réplica,único...
Amontoar a realidade como se ela fosse um monte de livros...
Diluir o trânsito no trânsito da transe das ações exaustas...
Externar a gnose viva e latente que há nos corpos...
Última hora, filosofia inútil que quer concluir tudo.

Leveza fria... meia-luz... meia lua... meio dia...
Útero, utilidade... possibilidade de mudança...
Conventilhos de atos sobre atos. Poesia que me devora.
Industrialização dos prazeres. O prazer é frio.
Amar entre amores o amor e por todos os sentido nas coisas.
Nascituro. Quem virá? Portas, janelas, a casa repleta...
O oceano é maior que o infinito;a meia-luz,silêncio completo.

 
 

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