PRISMA
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Noite, chove intensamente, raios, trovões e tentações. Eu, ele A mala - há sempre uma mala -, a cadeira branca Uma rua de ruídos variados e incessantes. Nós, os objetos, a chuva tagarela.
Do outro lado da parede há uma vizinha magra, de cara manchada. Será que dorme?
Bruxelas e Fortaleza são duas coisas distintas. No domingo Afrânio está de volta e saberá que digo a verdade.
Na foto, aquele cisne agora já me incomoda. Em Cambridge ele era colorido e menos perfeito. Aqui, congelado em preto e branco, porte elegante e indiferente a tudo e a mim, eu, que o flagrei nesta pose, que roubei a sua alma. Será que ainda vive o cisne branco, Será? E se eu dormir, ele ainda existirá?
Marcel, ainda quero das suas madeleines. Mais tarde, porque hoje estou tão pós-moderna e trágica. |