Talvez,
em linhas tortas, dessas doidas que deixamos por encanto,
Haja mais do que a minha presença encantada pelo simples viver
Talvez, em versos coloridos nas sortidas nuances que eu canto,
Haja mais palavras incluídas nos pincéis que eu possa ver
Mas
não há nada que seja mais encantador, inebriante,
Do que nossa cor predileta, grifada em enredos de uma cantiga de ninar
E quando a distância, ainda crua, nos traz a realidade inquietante
São nossos momentos felizes que permitem saber, de mim, o verbo
criar
Sortilégios
de sonhos tomados de uma pauta escrava e muda
Privilégios contidos em futuras artimanhas de um torpe receio
Quando,
de mim, tens a natureza da fêmea nem sempre em cio ou surda
Mas torna-se minha metade, quando recebo seu cansaço em meu seio
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