Entre
cascos mansos e ferraduras macias,
Entre sedas doces e desertos suaves,
Entre suas coxas brancas e minhas mãos volumosas
Todo um universo possível:
sofrer, sorrir, gozar, chorar.
Entre
vozes amarelas e narizes estridentes,
Entre trombetas infernais e misérias gloriosas,
Entre os lábios que se tocam e o instrumento mudo,
Todo o olhar de um segundo:
frio, prazer, medo, aventura.
Entre
o sol de júpiter e a lua de saturno,
Entre flores abismais e o infinito palpável,
Entre homens insensíveis e feras divinais,
Todo um possível existir:
claridade, solidão, pureza, êxtase.
Entre
trópicos gélidos e o gosto do absinto
Entre flautas, tumbas, cascáveis, mortuários,
Entre vozes, silêncios, movimentos, transes,
Tudo numa coisa só:
escuridão, o eterno, imensidão, o finito.
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Tudo é uma coisa só, e caminhamos para o negro...
...
(o resto, é a página em branco.
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