SABE A PRIMEIRA VEZ
QUE MEU CORAÇÃO BATEU POR VOCÊ?
Adriana Vieira Bastos
 
 

Foi no escuro. Não te conhecia, não sabia seus gostos, suas expectativas e, sem entender o porquê, fui pega na armadilha de sua voz melodiosa capaz de levar-me a uma viagem perigosa. Assustada, fugi.

A segunda vez que nos encontramos, arredios, nos enrolamos em palavras confusas e entrecortadas, na espera de qual de nós ousaria revelar o que não permitíamos confessar nem aos nossos travesseiros. Assim nos despedimos...

Na terceira vez, não resistimos e deixamos escapar algumas poucas palavras que me proporcionaram um "até breve" cheio de esperanças.

Depois vieram outros encontros. E com eles fomos nos fechando, fechando, fechando. Num pacto silencioso, aprendemos a sufocar o que nossos olhares traiçoeiramente insistiam em delatar.

Hoje, no escuro da noite, sem alarde, me apego às lembranças e me permito sonhar.

No sonho mato a saudade do encontro que nunca tivemos coragem de marcar...

 
 

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