Icei
as velas de meu barco
Rumo a longínquos mares,
Fugindo do verde penetrante,
Cristalizado em teus olhares.
Ofuscou-me, um céu triste,
O coração e os brilhos solares.
Calmas ondas trouxeram-te
No verde das águas destes mares.
Insistindo
em esquecer-te
Aportei-me na solidão d'uma ilha.
Abateu-me a chuva tropical
Crescendo o verde das matas,
Refletindo em cada folha
Este olhar que me desatina.
Subi
montanhas e picos,
Desci rios e desfiz caminhos.
Perambulei por cidades e vilas.
Mas até nos desertos que cruzei,
O amarelo do entardecer
Com o azul do alvorecer,
Trouxeram-me o verde destas pupilas.
Cultivei
ao meu redor
Jardins de belezas multicolores,
Trouxeram-me tua imagem
Os vôos de verdes beija-flores.
Confinei-me na escuridão
De quartos e da noite,
Vaga-lumes de lanternas verdes
Pintaram meus sonhos
Com gotas de horrores.
É
vã qualquer agonia
De apagar esta luz constante.
Tão perseverante é teu olhar
Que me persegue até na distância,
Atando-me até o último suspiro de vida,
Plantando a esperança verde
Neste moço que se perde em tentativas.
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