Tem dias em que dói mais. Cada mês, cada ciclo, os dias que antecedem o período sempre me põem em um estado... Descreio em tudo, choro desbragadamente, vontade de morrer.

Sempre parece que não vai acabar, uma dor maior que a vida.

Então, como os opostos complementares, me regozijo por estar viva e ter deixado mais uma crise para trás. É regra, período, desamor, briga, qualquer revés que ficou longe e me torno iluminada, seduzo e gero novas vidas nos pequenos gestos cotidianos, tudo fulgurando uma plenitude que não creio possuir até vê-la explodindo pela ponta de meus dedos.

Sou intensa e vibro, ardo o fogo das profundezas da Terra.

Sou, e o mistério de ser é o que me conduz e me alimenta.