Dois amigos num bar, olhos vidrados em alguma coisa ao redor.

- Que loira, hem?

- Ô!

- Que delícia...

- Deve ser mesmo, queria uma pra mim.

- E quem não queria? Mas eu também não recusaria uma morena agora, não.

- Uma escurinha?

- É, amigo... São boas também.

- São, mas são meio doces demais sabe?

- E tem algo de errado nisso?

- Não, nada de errado. Só prefiro uma loirinha mesmo, é mais honesta, sei lá.

- Sei o que você quer dizer. Mas pra mim tá tudo ótimo, adoro elas todas.

- E uma branquinha, hem? Que me diz?

- Rapaz, nem me fala, dá uma vontade...

- A gente podia arrumar uma, não?

- Como assim, arrumar? Desde quando é simples assim?

- Ah, não dá tanto trabalho, vai...

- Pô, pode não dar pra você, mas pra mim dá.

- Ora essa, por quê?

- A patroa, esqueceu?

- Ah, é... Nessas horas que é bom não dever nada a ninguém, vê só?

- Pois é, mas tem suas vantagens também.

- Mas nem uma branquinha de vez em quando?

- Tá maluco? Ela me mata, arranca o couro e me coloca exposto pendurado na janela.

- Nossa, a dona é brava, hem?

- Você não faz idéia, rapaz, nem imagina quanto.

- Mas tudo bem, hoje tá mesmo quente demais pra uma branquinha.

- Tem tempo certo pra isso?

- Bom... Certo, certo, não, mas nesse calorão acho que cai melhor uma bem gelada.

- Você é mesmo um maluco. Quanto mais quente, melhor.

- Quente? Cerveja quente?

- Cerveja?!

- Ahn?