ARAPUCA ENCANTADA
Daniela Fernanda

Armadilha para mim, é uma coisa que para os outros tem outro nome. Induzimos nossas filhas, desde a mais tenra infância, a acreditarem que o casamento é um sinônimo de paraíso.

Contamos-lhes a história da Cinderela, da Branca de Neve e da Bela e a Fera. Falamos de finais felizes que duram para toda eternidade, e as ingênuas femeazinhas acreditam piamente no blá-blá-blá que nós contamos.

E por que contamos? Provavelmente porque acreditamos. Conosco não aconteceu, mas com elas pode acontecer.

O pior é que quando chega a adolescência, a vida com pai, mãe, irmãos , cão da família e afins, começa a incomodar. Na essência pouco amadurecida da menina, as histórias que foram ouvidas se põem agora a gritar. A solução para todos os seus problemas, parece no casamento das mais belas fantasias estar.

Como um galho com visgo captura um passarinho, o primeiro malandro que passa leva nossas filhas para o altar, senão para lugar pior. Esta feita a porcaria, ela caiu na bela armadilha. Agora presa sem beleza, triste e amargurada, entende que a armadilha faz parte de nossas vidas.

Nós, mulheres e meninas sensíveis, desejamos o amor eterno a qualquer preço e por isso acabamos nos tornando presas fáceis, em arapucas montadas por rapazes e homens, que não conheceram o encanto de um lindo conto de fadas.

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