A SELVA ELEGE
Bruno Lacerda


Eleição na selva:

A Raposa chega para seus eleitores e diz:

- Companheiros, eu preciso do seu apoio. Vocês precisam me colocar lá, lá no alto! Vocês sabem que sou um de vocês, que sou pequeno, humilde. Meu adversário é arbitrário, pertence à elite e não quer o bem de vocês! Além disso, ele enche o Congresso das Corujas de medidas provisórias, arbitrárias. Mas eu não vou fazer isso: Eu vou fazer de vocês um governo. Eu vou ser diferente. Eu vou governar em prol do bem-estar geral. Eu vou fazer o impossível! Companheiros, votem em mim, me coloquem lá, lá no alto! E eu serei o governante dos governantes, vou fazer o que ninguém fez. Companheiros, votem em mim: Me ajudem a ir para lá, lá para o alto!

Todos os bichos vibravam com o discurso da raposa. E vibravam tanto, que nem queriam ouvir o discurso do tigre, candidato apoiado pelo leão, atual governante.

Já desesperado, o tigre, apoiado pelo leão, gritou (e isto, todos ouviram):

- Não caiam nessa! Tenham medo! Isso é uma armadilha! A raposa é muito esperta, mas vai fazer, quando chegar lá, exatamente como nós estamos fazendo. Pensem: Muitos já tentaram mudar, ninguém conseguiu. Então, por que a raposa conseguiria? Sabem, eu tenho medo. E vocês deveriam ter também. Não vote no desconhecido, não votem no escuro. Votem em mim.

Os animais não deram muita atenção.

Conclusão: A raposa foi eleita e, quando chegou ao governo, agiu tal como o Leão vinha agindo e como o Tigre (apoiado pelo Leão) prometera agir.

Moral da história: Na hora de se arriscar, preste muita atenção, analise e, o mais importante: Cuidado com o arrependimento.

 

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