DEPOIS DO AMOR...
Francisco Pascoal Pinto de
Magalhães
Gesto automático, acendo um cigarro - a fumaça invade o vazio de minh'alma aprisionada num quarto de um pardieiro do Centro Velho ao lado de uma mulher que satisfaz minhas taras por um preço camarada.
Prazer! Prazeres é meu nome, ela diz. Maria dos Prazeres. Sugestivo o nome. Tudo a ver com meio de vida que a leva. Na lida usa outro: Sharon. Como a loira gostosona do cinema.
Lá fora o céu despeja raios e trovoadas. Cá dentro, caído feito um anjo torto, meu membro flácido jaz.
Em frente ao espelho trincado, Sharon abusa do rímel. Dá uma cruzada de pernas sem graça e a tempestade ruge que o melhor a fazer é esticar o programa.
E a noite impetuosa submerge a cidade
em caudalosa tormenta. E o vazio de tudo depois do amor barato enfim prevalece.
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