O
KANJI
Francisco Pascoal Pinto de Magalhães
levei trinta anos da minha vida para aprender dois mil kanjis que pratico andando pelas ruas da liberdade devorando os letreiros luminosos das lojas e dos restaurantes asiáticos. agora que os jovens deram para tatuar estes ideogramas pelo corpo posso lê-los em qualquer parte que vá. pena que vez por outra (talvez esses garotos não o saibam) os tatuem invertidos, de ponta cabeça, sem uma perna aqui, um braço ali... um sacrilégio!
o porque deste olho roxo? curiosidade senil. avancei o sinal. velho míope
tentei decifrar de perto um kanjizinho minúsculo na confluência
superior dos glúteos generosos de uma garota sarada praticante de moai
thai. mas deu tempo de ler direitinho. era o kanji "crise" que também
significa "oportunidade". só que eu não tive chance
nenhuma.
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