MARGINALIZADO
Eduardo Prearo
Sozinho, estarrecido, acabrunhado,
sou touro que pastando nalgum prado,
ouve o engraxate negro a Deus louvar
e sente esse menino como um par.
Há felizes da vida, menos eu,
até me sinto às vezes um ateu;
reza fraca, ruim, mediocridade,
onde se esconde a tal felicidade?
Mar longínquo evocado, dons imersos,
que talvez me acalante e me alivie,
transbordando de azuis estes meus versos.
E nas margens e inútil, vou sumir
sob a chuva de glóbulos de paina,
sair de mim bebendo um elixir.
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