CORREDORES DA MORTE
Bruno Lacerda

 
Nos corredores da morte,
Um homem tão forte,
Se põe a chorar.

Nos corredores da morte,
Inútil sorte,
Inútil pensar!

Nos corredores da morte,
Homem destemido
Começa a rezar.

Nos corredores da morte,
O ateu mais veemente
Chama por Deus;
Nos corredores da morte…
Dívida antiga?
É fácil lembrar!

Nos corredores da morte,
Todos são iguais,
Todos são o que são;
Nos corredores da morte,
É hora da verdade,
Não há salvação.

Nos corredores da morte,
Um leve transporte
Para um mundo maior!

Nos corredores da morte,
Acerto de contas:
Você está só!

Nos corredores da morte,
O encontro com ela é inevitável;
Nos corredores da morte,
É vã a corrida,
Viver é improvável.

Nos corredores da morte,
Uma foice forte,
Uma ampulheta a marcar…

Nos corredores da morte,
O fogo da vida
Vai se esgotar!

É hora de romper a barreira,
Ganhar liberdade,
Destruir o pilar!

Agora tu és invencível,
E vais rir de nós,
Pois ninguém mais pode te derrubar!

Tua vida se extinguiu,
Como este poema se extinguirá.

 

fale com o autor

Para voltar ao índice, utilize o botão "back" do seu browser.