RIMA POBRE
Ana Terra

Sintonia.

Linda palavra. Lembra alegria. Uma calmaria. Mas também é uma ventania. Que agonia! Vibra. Entontece. Entorpece. Por ela pede-se a vida e a morte.

Não tem limites. Não aceita palpites. É uma explosão. Sem explicação. Tudo gira. O mundo revira. Falta chão.Concentração.

De onde vem? Para onde vai? O que quer? Uma oração? Uma sugestão? Não. É uma confusão. Um destino sem conclusão. Ou talvez até uma alucinação. Gosta de argumentação. É um salve-se quem puder...

Lembra-me trança. Remanescentes lembranças. Que a memória não alcança. Revira energias. Deixa-nos em estado de apatia. Onde estão minhas forças? Talvez naquela luz fraca num fim de túnel.

Mas como chegar até lá? Uma vela? Um lampião? Um fósforo aceso queimando os dedos? O ouvido zumbe. O coração dispara. O corpo revira. Quase se atira.

Parece uma mentira. Um nó de marinheiro. Uma trama de rendeira. Um pente num cabelo embaraçado. Um rosto que não se enxerga no espelho embaçado.

Perde-se o tino. Questiona-se o destino. Em estado de desatino.

Não tem ciência. Pede-se paciência. Coerência. Talvez uma incumbência?

Quem sabe uma união? Uma opinião? Uma aptidão?

Uma sanidade insana. Uma volta sem ida. Coisa de louca varrida.


 

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