INOCÊNCIA É O ESCAMBAU!
Bruno Freitas

Quando olho para meus textos, crônicas ou artigos e até mesmo contos, produzidos no passado, tenho a impressão de que não fui eu quem os escreveu. Algumas vezes, porém, recordo-me da inocência que tinha ao elaborar tais linhas, e da situação em que vivia, que me levou ao resultado final.

Acontece que é normal o sujeito viver nessa constante metamorfose, e como diria o velho Raulzito, ambulante. Imagine que chato seria a pessoa que jamais muda de opinião, e agora parafraseio Rita Lee. Reconheço isso como uma evolução natural da espécie.

Também é importante lembrar que não existe inocência como a conhecemos, quando a pessoa era pura e simples, ou mesmo quando a garota era casta e virgem. Hoje em dia garota casta e virgem, só mesmo até os 12 anos, depois disso é ilusão. Inocência como conhecemos não existe mais. Uma pessoa inocente hoje em dia é considerada ignorante.

A época da inocência passou, e o que ficou, foi mesmo o filme de Martin Scorcese, com Daniel Day-Lewis, e que vem exaurindo minha paciência com as insistentes reprises pelos canais de tevê a cabo. Inocência é o livro brasileiro do Visconde de Taunay, e também sua transposição para a tela grande por Walter Lima Júnior, que contava com a estréia de Fernanda Torres no cinema.

Inocência mesmo, só na flor da idade, na infância, e não na juventude. Não há inocência alguma nos adolescentes de hoje em dia, vejo-os como demônios carnívoros engolindo uns aos outros, reunindo prepotência com inexperiência.

Inocência virou nome próprio, e quando muito um adjetivo abstrato, tão longe de seu significado verdadeiro. Somente as crianças podem gozar desta chamada inocência.

Por isso percebo certo grau de inocência em meus escritos antigos, e seguindo a risca o que escrevi acima, não seria uma inocência no sentido real da palavra, mas significando uma estupidez tamanha e até adolescente sobre temas que eu não dominava e mesmo assim insisti em escrever. Pura ignorância!

Será que vocês me entenderam?

Não?

Menos mal...

Fiquemos nisso:

Os textos que escrevemos devem ser mantidos escondidos de nós mesmos, e que ninguém jamais nos tente mostrar-los, porque jamais nos reconheceremos nas linhas antigas e mal escritas de outrora...

Resumindo:

É proibido ler, corrigir ou retocar qualquer texto escrito anteriormente... O autor que se foda, mas esta regra é fundamental. Que o texto fique como um marco da inocência de cada um de nós, e de nossa extrema burrice para com certos temas que não nos dizem respeito, e tenho dito...

E tem mais, o título deste texto era pra ser “Inocência de Cú é Rola”, mas achei muita ignorância de minha parte, quero dizer, inocência de minha parte...


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