DOCE LEMBRANÇA
Thaty Marcondes

 

Como esquecer uma noite de amor? Sempre haverá lembranças. E elas são tão intensas que chego a sentir seu cheiro. Se eu fechar os olhos e me concentrar naqueles momentos, vou sentir seu toque, sua pele roçando a minha, sua voz grave sussurrando palavras desconexas — não necessitavam de clareza, pois o simples som da sua voz já fazia com que minha pele se arrepiasse —.

O vinho no copo, o cigarro queimando o tapete do quarto, uma rosa fresca sem água, um elástico com seu perfume esquecido na mesa.
Passei dias, semanas, meses, anos, sentindo o seu perfume nele; guardei o copo com seu gosto impregnado até que um dia ele se quebrou. Ou eu o esqueci? Não sei ao certo. A rosa seca sempre marcando um novo poema feito pra você? Acho que a perdi.

Passei muito tempo com você dentro de mim. Qualquer vulto que me lembrasse sua silhueta me fazia tremer de emoção, de desejo, de saudades.

O tempo passou, mas você ficou! E mesmo que eu viva mais mil vidas nessa vida, você sempre fará parte de todas elas.

Nada a ver. Não sei porque hoje eu pensei em você: doce lembrança do passado.


 

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